E o tempo passou. Rápido demais para que eu pudesse notar. E sem perceber os rastos do passado que tanto me prendiam fui seguindo em frente. Não me dei conta de como eles eram significativos para mim. Fiquei cega por um bom tempo, via apenas aquilo que queria ver. Não mudava e não olhava para trás. E de repente estava tudo na minha frente. A verdade evidente na minha cara, aquela que eu por muito tempo não quis ver. Começei a achar que não sabia o que fazer com essa verdade. Que talvez fosse tarde demais para tomar a atitude que eu deveria ter tomado desde o início. Foi quando eu olhei para trás e percebi que tinha deixado deslizar várias coisas pelo caminho. Coisas essas que deveriam ter sido guardadas. Algumas eu consegui encontrar, mas outras continuam perdidas por aí. Ao mesmo tempo que o ponto de partida me parece tão longe que eu nem consiga avistar mais o que há ali, as memórias nunca estiveram tão perto. E por meio delas eu sou obrigada a voltar ao início, tentar recolher tudo que perdi no meio do caminho e encarar as verdades. E foi aí que percebi, que podem-me tirar tudo, mas o mais importante, não conseguem.

1 comentário:

escreve (me).